sexta-feira, 19 de junho de 2009

Consagrado a Coração de Jesus

Amados Irmãos,

Neste dia dedicado ao Sagrado Coração de Jesus, trazemos até vocês um pouco da vida do Pe. Dehon, fundador da Congregação dos Padres do Sagrado Coração de Jesus. Esperamos poder ajudá-los no aprofundamento do sentido de tua vida e tua devoção ao Sagrado Coração de Jesus.

A expressão “ter coração” significa não só poder viver, mas viver com sentido, com afetos e desejos, mas também, com decisão e entrega.

Jesus é o verdadeiro Filho de Deus, mas quando dizemos que ‘tinha um coração de homem’ queremos sublinhar sua humanidade, sua capacidade de amar, a partir das atitudes concretas.

Um amor que chegou ao seu limite extremo quando, na Cruz, um soldado lhe abriu o Coração. É por isso que, na história da Igreja, contemplar o Coração transpassado foi motivo de uma profunda espiritualidade, acompanhada por um compromisso concreto e atento a uma humanidade necessitada de amor.

Desde julho de 1873, o Padre Dehon é capelão de uma pequena comunidade de religiosas: a comunidade das Servas do Coração de Jesus. Isto reforça a sua decisão para o futuro. Ele quer ser religioso. Mas a realização do seu projeto continua incerta, porque ele garantir a continuidade dos seus compromissos apostólicos.

Com efeito, Dehon não pensa na vida religiosa segundo o estilo monástico de ‘fuga do mundo’; concebe-a dentro de um projeto apostólico. Dehon encontrará uma alma para o seu projeto de vida religiosa na espiritualidade do Coração de Jesus e na idéia da reparação.

“O Sagrado Coração me formou, ele mesmo, no amor, em Roma. Eu sentia uma atração marcante pela vida religiosa, mas Nosso Senhor se reservava o direito de indicar-me, mais tarde, que tipo de congregação Ele queria”.

No dia 13 de julho de 1877, Dehon obtém a aprovação verbal do seu bispo para fundar uma sociedade de sacerdotes, ao abrigo de um colégio católico, cuja necessidade e urgência o vigário paroquial (Leão Dehon) havia percebido desde a sua chegada a São Quintino (e que interessava muito ao bispo). O bispo dá a permissão para começar uma sociedade de sacerdotes, mas proíbe ao P. Dehon de propagar a notícia. Quando anuncia, no dia 11 de agosto, a fundação do Instituto São João, em São Quintino, silencia totalmente o projeto de fundação de uma congregação religiosa.

O objetivo do bispo continua sendo a criação de um grande colégio com uma sociedade de sacerdotes que assegure o seu funcionamento, ficando a serviço da diocese, ainda que tenha uma Regra de Vida própria. Esta fundação do Instituto São João representa para o Padre Dehon a graça dos inícios.

É o tempo privilegiado da acolhida e da disponibilidade. Começa aqui uma nova trama de sua vida, um verdadeiro ponto de partida: começa a surgir uma nova congregação religiosa de contornos ainda imprecisos. E, quando na noite de 29 de dezembro de 1881, devido à imprudência de um educador, uma parte do edifício é destruído por um incêndio, Padre Dehon lê esta ‘grande prova’ como um sinal pra começar tudo de novo, a partir do Coração de Jesus.
“Cremos, na simplicidade de nossa fé, poder considerar como um sinal providencial, o fato de as chamas se deterem diante da estátua do Sagrado Coração”.

O Padre Dehon está sozinho para começar o seu noviciado no dia 31 de julho de 1877.

Até agora o Padre Dehon havia realizado estudos brilhantes e seus primeiros anos de ministério lhe haviam assegurado muitos êxitos e a estima geral. Não acontecerá o mesmo, após a fundação do São João e da Congregação. A natureza mesma desta fundação colora o Padre Dehon no centro de um conflito político e cultural que divide profundamente a sociedade francesa da época. Ao abrir uma escola católica entra em choque com uma das maiores reivindicações da III República: a laicidade da escola.

No dia 28 de junho de 1878, festa do Sagrado Coração de Jesus, Leão Dehon faz sua primeira profissão no pequeno oratório do Colégio São João. Esta é a data oficial do nascimento da congregação que se chamará “Sacerdotes do Coração de Jesus”.

“Não se deve buscar nos Evangelhos outra coisa do que o Amor de Jesus”.

A cerimônia foi das mais simples e a assistência reduzida a das Irmãs Servas, a dois postulantes a Irmão, que não perseveraram e ao P. Rasset, seu primeiro e fiel discípulo. Nas mãos do arcipreste da cidade, delegado do bispo, o Padre Dehon emite seus primeiros votos.

“O coração é o símbolo do amor e da aliança. Peçamos ao Senhor que nos dê um coração semelhante ao seu.“



Para refletir

Padre Dehon enfrentou todas as dificuldades que se opunham à realização de seu projeto. Como eu costumo reagir diante das dificuldades do meu caminho?

Quando tudo se tornava difícil (com o incêndio do Instituto São João), Dehon reflete com serenidade e decide levar adiante o seu projeto. Como eu me comporto nos momentos em que preciso tomar decisões importantes ou mesmo difíceis?

Padre Dehon consagrou toda a sua vida ao Coração de Cristo. O que eu estou disposto a fazer para responder ao amor de Deus por mim? Que compromissos concretos eu estaria disposto a assumir em relação aos meus irmãos mais necessitados?

Uma obra em processo de construção...

Deus abençoe a todos!

Queridos amigos, iniciamos o mês de Junho, o mês que a Igreja dedica ao Sagrado Coração de Jesus, uma oportunidade toda especial para refletirmos nossa identidade, quem de fato nós somos e como estamos hoje.

Nossa identidade queridos é o Amor, fomos criados para ser amor, porque Deus é Amor, e qualquer coisa que nossas atitudes reflitam fora disso, denuncia algo que em nós desequilibra e ofusca essa imagem primeira.

Nossa comunidade deseja ter o coração igual ao de Jesus, e para isso, cada membro precisa reconhecer seus limites e suas dificuldades interiores, a partir dai, é possivel começar a dar passos para um processo de renovação interior.

Não dá para "inventar" um processo de conversão, é preciso que este seja vivido no dia a dia. O Coração Novo se forma com a vida e não da "noite para o dia" com a simples decisão de passar a fazer parte de uma comunidade.

É preciso queridos, viver em postura de decisão, o tempo todo precisamos nos decidir por uma postura honesta de vida nova. Este é nosso desafio, mas é também o grande milagre que o Senhor Jesus, nos quer dar no mês do seu Sagrado Coração.

Feliz Coração Novo!